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A Procuradoria da
República de São Paulo realizou, no dia
9 de março, na capital paulista, audiência
pública objetivando colher informações
sobre a adoção do conceito de desenho
universal na produção e na instalação
de equipamentos de uso público de telefonia.
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A mesa diretora dos trabalhos foi composta
pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Sérgio
Gardenghi Suiama, e pelas procuradoras da República,
Adriana da Silva Fernandes e Stella Fátima Scampini.
A audiência foi composta por três partes: relatos,
debates e conclusão.
"Sempre reservamos
atenção especial às questões de
acessibilidade e os deficientes auditivos não vão
ser esquecidos", diz o presidente do CREA-SP, eng.º
José Alonso, lembrando a criação do GT
Acessibilidade em sua gestão, a participação
do Conselho - desde setembro de 2003 - como membro efetivo
da Comissão Permanente de Acessibilidade da Prefeitura
de São Paulo - CPA e sua destacada atuação
em eventos, como a Semana de Acessibilidade do município.
Abrindo os relatos, o secretário executivo da CPA
e membro do GT Acessibilidade do CREA-SP, Edison Luís
Passafaro, lembrou que algumas ações a curto
prazo aumentariam a acessibilidade dos telefones públicos,
como o posicionamento da tecla 5 do aparelho a 1,20 metros
do chão e a ampliação do fio do telefone
em 80/90 centímetros. "Estamos propondo uma padronização
para atender um maior número possível de pessoas.
Precisamos ir além da lei; não podemos continuar
com base no sistema de cotas. Dois por cento atende às
pessoas com deficiências? Eu acho que não. Prefiro
abrir mão de 2% a curto prazo para ganhar 100% a médio
prazo", disse.
O Plano Geral de Metas para a Universalização
- PGMU da Anatel (Decreto nº 2592, de 15 de maio de 1998)
estipula que 2% dos telefones públicos sejam adaptados
para pessoas com deficiência. Na prática, o telefone
para surdos funciona assim: o aparelho telefônico possui
visor de legenda para recebimento e envio de mensagens escritas
com teclado alfanumérico (semelhante ao teclado de
computador). As pessoas podem se comunicar diretamente, sem
intermediação, desde que, nas duas pontas, haja
um telefone para surdos (TS).
A comunicação acontece pela mensagem digitada.
Segundo a gerente de controle das obrigações
da Anatel, Marisa Corrêa Silva, existem atualmente 21
mil equipamentos telefônicos adaptados para deficientes
em todo o Brasil, metade dos quais estão instalados
em São Paulo; também existem 726 equipamentos
adaptados para deficientes auditivos, 75% dos quais no Estado
de São Paulo. "É nosso dever levar o serviço
de telecomunicações à toda a população
e, nesse sentido, precisamos amadurecer o conceito de desenho
universal para inclui-lo em nossas regulamentações",
disse.
O diretor regional da Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos
(Feneis/SP), Neivaldo Zovico, afirmou que os aparelhos instalados
são insuficientes para os cerca de 5,7 milhões
de pessoas com deficiência auditiva existentes no País.
Segundo o coordenador do GT Acessibilidade do CREA-SP, eng.º
Luiz Carlos de Alcântara, o Conselho vai estudar a apresentação
de uma proposta oficial em relação à
questão. Quanto às críticas tecidas por
Zovico aos guias de acessibilidade feitos pela prefeitura,
um deles com o apoio do CREA-SP, o engenheiro Alcântara
lembra que os mesmos foram editados nos anos de 2002 e 2003,
enquanto a Lei Municipal 13.714, que remete à norma
do telefone para deficientes auditivos, foi regulamentada
em janeiro de 2004.
A procuradora Adriana da Silva Fernandes encerrou a audiência
recomendando à Anatel ampliar a divulgação
de suas consultas públicas para permitir uma maior
participação da população.
Desde o último dia 21, a ata da audiência pública
está disponível na página eletrônica
da Procuradoria da República em São Paulo (www.prsp.mpf.gov.br)
e, durante 10 dias, poderá ser impugnada na própria
página, por e-mail enviado para losilva@prsp.mpf.gov.br
ou por fax (11) 3263.1232.
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